As importações no Brasil cresceram 11% no terceiro trimestre em relação ao mesmo período de 2018, indicando que as perspectivas para o Natal estão melhores. A conclusão faz parte do relatório de comércio de contêineres no Brasil da Maersk Line, uma das maiores transportadoras do mundo. Para compor o relatório, a empresa usa dados próprios e informações da Dataliner.
De acordo com o estudo, as importações da Ásia cresceram 16%, no terceiro trimestre, e as importações da Europa aumentaram 6%. Já as compras externas do Oriente Médio e da África caíram 9% e 13%, respectivamente. As importações da Ásia concentram produtos e aparelhos eletrônicos da China. Já as importações europeias são principalmente de fertilizantes e cerâmica, apontou a Maersk.
As importações de máquinas, eletrodomésticos e eletrônicos aumentaram 26% no terceiro trimestre, de acordo com o relatório. Já vestuário e produtos de lazer apresentaram quedas de 8% e 5%, respectivamente, no período.
Economia em recuperação
De acordo com a Maersk, a economia brasileira dá sinais de recuperação, com baixas taxas de juros e inflação caminhando para fechar 2019 abaixo da meta do Banco Central de 4,25%. O avanço da reforma tributária e a aprovação da reforma da Previdência também foram citados no relatório como fatores que devem estimular a melhora da economia nos próximos trimestres.
A Maersk elevou as previsões de importações para o ano de 2019 para 5%, ante previsão anterior de um crescimento de 2% a 3%. Para 2020, a empresa projeta um aumento de 4% nas importações.
A companhia observou, no estudo, que tem dúvidas sobre como será o ritmo de importações no início de 2020. De acordo com o levantamento, parte do crescimento das importações de julho a setembro deste ano deve-se à perspectiva de aumento nos custos do frete marítimo. De acordo com a Maersk, em todo o mundo, as empresas anteciparam importações que seriam feitas até o primeiro trimestre de 2020 para o terceiro e quarto trimestres deste ano, para aproveitar o valor do frete mais baixo.
A Organização Marítima Internacional (IMO, na sigla em inglês) estabeleceu que, a partir de 2020, navios de todo o mundo terão que adotar o limite de 0,5% de enxofre nas emissões. A mudança representa uma redução de enxofre em mais de 80%.
Os combustíveis com baixo teor de enxofre são mais caros e o custo para a Maersk atender à nova regra pode exceder os US$ 2 bilhões. Para a indústria global de contêineres, o custo pode chegar a US$ 15 bilhões. A Maersk já informou os clientes que implementará uma nova taxa de combustível ambiental a partir de 1º de dezembro, para atender ao novo regulamento.
Publicação: 28/11/2019
Fonte: Valor On-line
Imagem: Uol